Quando era miúdo em Angola, ingressei na Escola Francesa porque não havia vaga na Escola Portuguesa. No primeiro ano em que frequentei o CE2, participei no final do ano letivo numa peça de teatro que se chamava “Il y a de tout à Gogo”, que era dos contos “Les contes de la Saint Glinglin”.
A minha personagem era o Moussa, o chefe da aldeia.
Os diálogos eram:
Au village de Mafouto, il y a beaucoup d’ignames. Gogo tu vas aller voir le chef et lui demander de nous en donner. Basicamente, quer dizer na aldeia de Mafouto há muitos inhames. Gogo, vai ver o chefe e pedir para ele nos dar um pouco.
Au village de Kouliko, ils ont des boeufs; allez voir s’ils voudraient nous en donner. Basicamente quer dizer na aldeia de Kouliko têm bois; ide e vejam se eles gostariam de nos dar alguns.
Combien de bouefs? Tu nous donnes un boef pour dix boeufs que tu amènes. Basicamente quer dizer Quantos bois? Tu dás um boi para cada dez bois que tu trazes.
Na altura, já mandava bem e negociava.